segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Encontros e Desencontros: Tupiniquim e Eviltwin

Ao pegar aquela simpática garrafinha Tupiniquim com o desenho de uma ararinha azul, logo chama a atenção a marca Eviltwin e o nome da cerveja, Lost in Translation. Imediatamente lembrei do filme homônimo da jovem diretora Sofia Coppola, o qual no Brasil foi traduzido como Encontros e Desencontros.



Me pareceu bastante adequada a escolha do nome, fazendo uma brincadeira entre as diferentes nacionalidades e idiomas das cervejarias, a brasileira Tupiniquim com a gringa cigana Eviltwin (costuma-se chamar de cervejarias ciganas aquelas que não possuem uma planta de produção própria).

O filme em questão marca o estouro da carreira de Sofia Coppola, como uma promissora diretora, além de juntar duas gerações de atores. A diretora resgata do ostracismo um Bill Murray que se redescobriu, ou foi redescoberto, como um grande ator dramático sem perder uma comicidade congênita e, de outro lado, a ainda pouco conhecida atriz Scarlett Johansson (também bem menos exuberante na época, porém com um semblante angelical).

Para quem não se lembra, ou não viu, o filme trata de um ator, interpretado por Murray, que vai ao Japão gravar um comercial de Whisky (mas bem poderia ser de uma cerveja Sapporo) e por acaso encontra a solitária Charlotte (Johansson), momentaneamente abandonada por seu marido fotógrafo que estava envolto em seus afazeres.

A cerveja Lost in Translation é uma IPA com brettanomyces e também marca o encontro de uma iniciante, também pouco conhecida na época do lançamento, até mesmo no Brasil, com a já bem estabelecida Eviltwin, porém essa, ao contrário de Murray, estava longe do ostracismo.

A cerveja é uma IPA com todo o amargor que se espera desse tipo de cerveja, com uma coloração amarela palha e opaca, já que não é filtrada. Em que pese o amargor robusto, a cerveja possui aromas delicados e complexidade particularmente conferida pelas leveduras brettanomyces, aquelas, selvagens que enriquecem as famosas lambics belgas.

Foto da cerveja Tupiniquim


O filme também une um roteiro delicado (ganhador do Oscar) a interpretações consistentes, em que aos poucos os protagonistas constroem um relacionamento marcadamente inocente envolto em um cenário as vezes surreal por conta das extravagantes e cômicas personalidades japonesas que pipocam durante as principais cenas da película.

Falando em extravagancia, as brettanomyces, além de entregar aromas diferenciados a essa IPA, remetem, no fundo da boca, a um sabor de queijo parmesão que tornam essa cerveja diferente da maioria das nacionais. Essa excentricidade é marca registrada da cervejaria Eviltwin que já se utilizou dessas leveduras em outras de suas cervejas como a  Ron And The Beast Ryan e Femme Fatale.

Esse foi pra relembrar os velhos tempos desse brogue, quando dedicávamos um pouquinho mais de espaço para tagarelar sobre cinema e filosofar sobre temas aleatórios.

Abraços cinematográficos selvagens aos amiguinhos!

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