terça-feira, 10 de junho de 2014

A história das “cervejas” leves (light lager) – Parte 4

Imagem não é nada! Será?

No post anterior falamos que as grandes corporações cervejeiras investiram maciçamente em marketing para empurrar suas marcas na cabeça e na geladeira dos consumidores.

Mas, uma das primeiras grandes jogadas de marketing começou com o simples acréscimo do termo Lite à cerveja Miller nos longínquos anos de 1975 (It’s Miller time!!).





Essa história começa alguns anos antes, num jantar na Alemanha, mais precisamente em Munique. Em 1972, George Weissman, um executivo da Philip Morris, após a recente aquisição da Miller Brewing Co., pediu ao garçom uma recomendação de cerveja. No momento, o Sr. Weissman estava de regime e pediu algo que não fosse tão pesado. O garçom sugeriu uma diat pilsner, uma cerveja com baixo teor de açúcar produzida para pessoas com diabetes. (na época o termo, posteriormente traduzido como diet, ainda não se vinculava ao conceito de produtos de baixa calorias).

Diante da recomendação, Weissman pediu a tal cerveja diet, e assim também o fez John Murphy, um advogado de longa data da Philip Morris que se tornara presidente da Miller. Murphy, tomando um gole da cerveja, exclamou para Weissman: “Há espaço para algo assim na América!” (Não estranhe o termo “América” que os estado-unidenses tomaram para si, aqui nós só reproduzimos o que ele teria dito.)

No entanto, não bastava importar para os EUA uma cerveja com baixo teor de açúcar, ou mesmo de baixo teor calórico.

Ao invés disso, criou-se uma cerveja de baixa caloria e que oferecia o prazer de uma cerveja como qualquer outra. Para ajudar, contraram-se ex-atletas profissionais para empurrar a ideia de boa drinkability da cerveja lite.

A Miller Lite foi um imediato sucesso com o lançamento em 1975, atingindo o segundo lugar em vendas nos EUA, ficando atrás somente da Anheuser-Busch, que se sentiu obrigada a lançar sua própria marca light, a Natural Light em 1977.

Foi tamanha a importância do lançamento da Miller Lite que surgiu uma mini revolução nos Estados Unidos na área de alimentação e bebidas. De repente, no ímpeto de se aproveitar da nova necessidade de consumo por produtos não “engordativos”, não apenas as cervejas, mas todo o tipo de alimentos e bebidas passou a trazer o título de light ou lite, desde refrigerantes a tortas, até molhos de churrasco.




Para saber mais sobre essa história, pode acessar o site All About Beer.

Aquele abraço lite pra todos os gorduchos cervejeiros! Aguardem os próximos posts desvendando a história das light lagers.


quinta-feira, 5 de junho de 2014

Dia da cerveja brasileira, que tal?



 Hoje, 05 de Junho é dia da cerveja brasileira. O que você acha que temos que comemorar?   

Atualmente as microcervejarias travam uma batalha política árdua na tentativa de conter um aumento nos impostos que já foi anunciado pelo governo. Mais detalhes você pode encontrar aqui.

O mercado brasileiro de cervejas artesanais e especiais tem ganhado muita importância e novos adeptos de maneira rápida; cada vez é mais fácil encontrar cervejas de qualidade até mesmo em supermercados e bares de bairro; a quantidade de microcervejarias atuando no Brasil só cresce e nossas cervejas estão sendo cada vez mais premiadas no exterior.

Ainda parece um contrassenso o consumo e apreciação de cervejas artesanais no país em que cerveja é sinônimo de loira gelada, num dos países berço da maior cervejaria do mundo, AB-Inbev, que tanto insiste nos adjuntos cervejeiros e em difundir e distribuir rótulos que sequer podemos considerar como cerveja.

Mas temos, sim, muito a comemorar. Nossos parabéns a todos aqueles que nadam contra a maré e participam da produção, divulgação ou apreciação da cerveja de qualidade. Um feliz dia da cerveja brasileira a todos vocês, loucos por ales, lagers, loucos por cerveja nacional. 

Se você, como nós, acha que nossas microcervejarias não devem em qualidade para ninguém neste mundo, abra uma bela cerveja brasileira e comemore este dia! Tim Tim, saúde e longa vida à cerveja brasileira.


8 maneiras simples de dizer se um bar de cerveja é sério

Fonte: http://www.thrillist.com/drink/nation/best-beer-bars-serious-beer-bars
Tradução: Loucos por Ales
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Atualmente, mesmo os bares e pubs que se dizem especializados em cerveja  tem pelo menos uma ou duas torneiras e garrafas  juntando poeira de baixo do bar. Cada vez mais os lugares estão guardando suas torneiras com sujeiras e micróbios, e se denominam bares especializados em cerveja…ofuscando assim a linha entre um lugar que realmente se preocupa com o universo cervejeiro e aqueles que nem de perto são tão astutos quanto você gostaria de acreditar que são.

Para ajudar a separar as “torneiras das sujeiras” nós consultamos Pat Fahey, do Cicerone Certification Programassim como Ben Siegel, dono da Austin, Texas Beer Garden Banger’s,  para revelar algumas dicas  que mostram se um bar é realmente sério em se tratando de cerveja. E um aviso: se você é hipocondríaco provavelmente deveria pular direto para o numero 5.

Espuma na sua espuma
1. Espuma na sua espuma
Existem poucas coisas que são mais bonitas do que um colarinho de uma cerveja bem carbonatada, e poucas mais nojentas do que aquele "caminho"  de bolhas que aparecem nas laterais do seu Pint. O aparecimento dessa espuma significa que seu copo não está limpo. Ao invés de ir até o topo, a carbonatação fica presa nas laterais por conta de algum tipo de detrito, seja sujeira, gordura ou até mesmo detergente (se você for sortudo). Parabéns. Você nunca mais vai desfrutar um chope novamente.



2. Contato com a torneira
As extremidades das torneiras nunca podem tocar o vidro. Você gostaria de colocar a sua boca em uma dessas torneiras? Bem…Talvez, mas não é nem um pouco higiênico…na parte externa delas acumulam todos os tipos diferentes de germes, inclusive aqueles que você adquire quando coloca a boca nelas.

3. Espuma sobre a torneira
Outro pecado capital em termos de limpeza. Alguns bartenders pensam que, alem da torneira ter que tocar no topo copo, você deve deixar a cerveja cobrir sua extremidade para reduzir o excesso do colarinho. Isso cobre a torneira com espuma, estas fazem com que ela vire um barril de pólvora de germes…. um barril que acaba de deixar um pouco de pólvora na sua cerveja.


Mangueiras sempre limpas
4.Mangueiras limpas
Robin Thicke e os advogados de Marvin Gaye não são as únicas pessoas que odeiam mangueiras sujas. Nada tem um maior efeito na qualidade da sua cerveja do que a limpeza nas mangueiras das torneiras. Elas devem ser limpas semanalmente pelos funcionários. Se um bar diz que elas são limpas pelo seu distribuidor, então eles não estão sendo sérios e cuidadosos em relação a isso. Você distingui isso sentindo um gosto amanteigado ou avinagrado.




5. Através do copo
O "Shaker Pint" , também conhecido aqui no Brasil como Caldereta, é o recipiente mais comum para beber cerveja:  reto dos lados, ligeiramente mais largo em cima do que no fundo. Se tornou popular porque é barato e facilmente empilhável, mas se você entrar em um bar e é só esse tipo de copo que eles têm é um alerta vermelho. A Caldereta é muito inferior ao que diz respeito a captação de aromas, no colarinho, e alguns até dizem que em manter a cerveja fresca. Ambos os nossos gurus cervejeiros deixaram claro que você não precisa de um copo único e exclusivo para cada cerveja mas se você tiver apenas uma opção é um mal sinal.

6. Equilíbrio entre preço e quantidade
A medida de líquido servido deve ser inversamente proporcional ao teor alcoólico da cerveja . Não é necessário ser preciso com relação a isso, porem se um bar serve uma cerveja de 4%ABV em um copo de 300 ml, você saberá que eles estão mais preocupados com o lucro do que com o percentual alcoólico.

*nota do Loucos por Ales: em resumo, segundo o texto, quanto menor o teor alcoólico da cerveja menos razão para se cobrar um preço mais alto. Algo do gênero decorria na tradição escocesa de sobretaxar as cervejas conforme aumentava seu ABV, em especial no que se refere às scottish ales, que possuíam denominações desde light passando por Heavy até Wee heavy, esta última com maior teor alcoólico. Essas eram conhecidas como shilling beers, em menção à moeda local.

Degustações e half-pints

7. Degustações e half-pints
 Um bom bar de cervejas deve se orgulhar da experiência proporcionada aos seus clientes, e isso significa ter certeza de que eles estão bebendo o que realmente querem. Para conseguir isso, Banger's deixa seus clientes experimentarem uma pequena quantidade da cerveja antes de escolherem definitivamente o que vão beber,e indo mais longe,  quando o bar oferece as half-pints dá a chance do cliente de experimentar mais tipos cervejas.


8. Um staff bem treinado
Se um bar se preocupa com relação à cerveja, ele vai atrair e contratar pessoas que  também têm o mesmo cuidado. E se ele possui uma lista complexa de cervejas, mesmo o cliente que mais entenda sobre o assunto vai precisar de uma ajuda ou orientação. Hoje em dia a maioria dos bares colocam seus funcionários sobre um rigoroso programa de treinamento (* nota do Loucos: essa ainda não é a realidade brasileira, lembre o caso do EAP), como por exemplo o "Cicerone exam" ( programa de certificação de profissionais de cerveja), que oferece diversos níveis de testes, que vão desde um certificado simples, para a pessoa aprender a servir cerveja, até o Master Cicerone. Se os seus funcionários passam pelo treinamento apropriado, garante que eles não vão ensopar os bicos das torneiras em copos engordurados (isso realmente está no teste!).


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