quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O amadurecimento do paladar cervejeiro



Um estudo de pesquisadores da universidade de Stanford , nos Estados Unidos, está gerando muita repercussão sobre a evolução do paladar dos apreciadores de cerveja. Tal estudo mapeou de forma brilhante como as avaliações dos usuários mais experientes é diferente daquelas realizadas por usuários iniciantes. Segundo o material, os usuários iniciantes possuem tendência a apreciar cervejas de menor graduação alcoólica e menor amargor, enquanto as cervejas mais potentes e mais amargas recebem notas muito mais altas quando avaliadas pelos usuários mais experientes.  Você pode acessar o conteúdo integral do documento clicando aqui.

A partir deste trabalho, estão surgindo comentários de que o fato de experts em cerveja apreciarem cervejas mais amargas e mais pontentes está relacionado à dessensibilização do paladar ou, até mesmo, à conformidade social, que, segundo eles, seria a influência dos comentários das pessoas mais experientes sobre aquelas que ainda estão trilhando seu caminho na estrada cervejeira.

Acredito que diferentes cervejas possuem diferentes níveis de complexidade e que é necessária mais experiência para poder apreciar alguns estilos. Por este motivo, devo discordar da opinião acima referenciada.


Assim como numa degustação, em que provamos as cervejas mais leves e mais fáceis antes das mais potentes e complexas, o entendimento de certos estilos de cerveja normalmente acontece de forma gradativa e é este o principal motivo para a alteração no paladar de acordo com a experiência do degustador. O estudo chega a citar cervejas como Budlight, dizendo que degustadores tendem a odiar mais esta cerveja com o passar do tempo. Uma resposta lógica para esta afirmação é o simples fato de que, ao conhecer melhor as práticas de fabricação e os ingredientes de cada cerveja, o degustador irá rejeitar cada vez mais as cervejas que utilizam-se de cereais não malteados e que possuam conservantes em sua composição. Chega a ser ofensivo tomar uma cerveja com tais ingredientes após descobrir o que eles realmente representam, tanto que é comum encontrar postagens nas redes sociais utilizando a hashtag #semMilho, em alusão às cervejas que utilizam milho ou outros cereais não malteados em sua composição.

Para um iniciante os sabores e aromas mais complexos de alguns tipos de cerveja não são distinguidos com clareza e isso afeta a percepção em relação à cerveja como um todo. Por exemplo, uma cerveja muito lupulada pode parecer apenas amarga aos paladares mais incautos, incapazes de perceber as nuances florais ou até mesmo o contraste de uma alta carga de malte presente na mesma cerveja.

Em resumo: Mesmo com mais experiência e consumindo regularmente cervejas mais potentes, não tenho nenhuma restrição com lagers, cervejas menos potentes ou menos amargas. Ao conhecer novos e diferentes estilos, percebi que minha avaliação inicial levava em consideração menos fatores do que hoje em dia mas continuo apreciando muito algumas cervejas como mild ales, pilseners e witbiers, o que me leva a crer que foi a minha avaliação que melhorou ao conhecer melhor os ingredientes, estilos e diferentes sabores das cervejas.

E você, acha mesmo que seu paladar está se dessensibilizando ou que é influenciado pelos comentários de outras pessoas a gostar mais de cervejas mais fortes?



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