quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Rapidinha do dia # 4 - As cachaças são nossas amigas!

Com a tendência crescente de cervejas envelhecidas em barris de madeira, a notícia de que as madeiras brasileiras oferecem qualidade equiparável ao carvalho para a produção de cachaças pode marcar um caminho próprio a ser seguido pelas cervejarias nacionais. Ao invés de gastar pequenas fortunas para importar barris de carvalho americano ou francês, temos à disposição barris de jequitibá-rosa, cerejeira (mais conhecida pelos cervejeiros como Amburana ou imburana), entre outras, já muito utilizadas no envelhecimento das nossas queridas cachaças.

Fonte: Mapa da Cachaça


A utilização ou reaproveitamento dos barris de madeiras brasileiras anteriormente utilizados para cachaças, além do menor custo, garante-se uma identidade própria ao mercado de cervejas nacionais. Com foco no mercado externo, também é fácil notar que será um maior atrativo para as cervejas nacionais se apresentarem envelhecidas em barris de cachaça, bebida que já possui a identidade brasileiríssima reconhecida em todo mundo, não só, obviamente, pela origem, como também pela alta qualidade, competindo nas prateleiras com os melhores whiskies e burbons.

No cenário regional já possuímos uma versão de sucesso produzido pela Bodebrown, envelhecendo sua premiada Wee Heavy em barril de amburana da cachaça, também premiada, Weber Haus.
Veja matéria interessante sobre a utilização de madeiras nacionais na indústria cachaceira no site Mapa da Cachaça.



Beijos para todos os amigos etílicos e etílicas!!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Projeto Beer Truck Five – Tour por bares cariocas

O Beer Truck Five surgiu da união do Beer Five Hostel, localizado no bairro mais cool do Rio de Janeiro, Santa Teresa,  e  a Kombi Carioca, um pub itinerante. Marcele Porto, proprietária do hostel conta que o objetivo é difundir a cultura cervejeira e fazer com que os participantes vivam a experiência da cerveja em bares de diferentes bairros do Rio de Janeiro em um único tour. Isso, é claro, com motorista da rodada e local para dormir garantidos.

O primeiro passeio do projeto está confirmado para o dia 7 de março, sábado, e inclui o translado da Kombi Carioca por quatro estabelecimentos, e a diária, com café da manhã, no Beer Five Hostel. Esse, por sinal, foi fundado há pouco mais de 10 meses, com o objetivo de tornar-se o primeiro hostel temático de cerveja da cidade. Já a Kombi Carioca é uma espécie de empório/bar de brejas especiais sobre rodas. Inaugurada em dezembro do ano passado, ela é inspirada no pub crawl – ato de visitar vários bares em uma noite, a pé ou usando transporte coletivo.

O valor total do tour é de R$ 150 por pessoa, sendo que a Kombi comporta até 8 passageiros.
Infelizmente, para o público, o primeiro tour já está lotado, mas não fique triste, outros virão.






O primeiro roteiro e as informações sobre acomodações são os seguintes:

Saída 7 de março
Preço: R$150,00

Inclusos:

Tour por 4 bares de cerveja especial do Rio de Janeiro
Transporte com Budweiser liberada em todo o trajeto com a kombi Carioca.
Diária em quarto compartilhado com ar condicionado, banheiro interno e café da manhã no Beers Five Hostel.

Programação:

1ª parada: 14horas: Ponto de encontro no Hostel.
Rua Triunfo 26, Largo dos Guimarães, Santa Teresa.
Check-in e brinde boas vindas com cerveja Stella.

2ª parada: 18 horas: Saída para o Bistrô Estação RR no Complexo do Alemão: Uma rodada de chopp artesanal Liberado.

3ª parada: 21 horas: The Hellish Pub na praça da bandeira com uma rodada de chope carioca liberado.

4ª parada: 22 horas: Visita ao Botto na praça da bandeira.
*Pendente confirmação do tipo de brinde oferecido para o boas vindas

5ª parada: 23horas: Entrada grátis no Teto Solar em Botafogo, bar com chopes e cervejas artesanais, drinks deliciosos e pista de dança.

2 horas: Retorno para o Hostel


Mais informações, ligue para (21) 3197-3351 ou envie um e-mail para beersfivehostel@gmail.com.



Fonte: Revista da Cerveja

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Rapidinha do dia # 3 - Qual cerveja você levaria para uma ilha deserta?


Hoje um colega de trabalho, não muito íntimo do universo cervejeiro, me fez uma pergunta que me fez parar por um instante, e aposto que muitos já passaram pela mesma situação. A pergunta foi a seguinte: “Se fosse para escolher uma cerveja, qual seria?”


Tentei enrolar, falei que existem muitas cervejas, muitas variedades de estilos e que cada uma possui um momento, um clima, uma refeição que indicariam qual a melhor cerveja para cada momento. No fim, pensei: “Por que não responder diretamente a essa pergunta?, Qual o problema, aqui não há certo ou errado!”


Pensei mais um pouco e disparei: “Tem uma cerveja belga que gosto bastante e é bastante versátil, a Duvel. Se fosse levar para uma ilha deserta, talvez fosse essa a escolha. Não é tão “pesada” e também não passa despercebida, pode ser bebida em qualquer ocasião!”



Cerveja que pode ser bebida bem gelada para refrescar-se num dia quente, possui um aroma “do diabo”, mas não se engane, ela é potente, 8,5% ABV, o que a faz encarar um inverno sem problemas!

No começo desse blog, essa foi uma das primeiras cervejas mencionadas/avaliadas (veja aqui), e desde então, e desde muito antes, meados da década de 1920, ela vem surpreendendo os paladares mais exigentes com a mesma qualidade, sem se esquecer das suas renomadas versões tripel hop.

E você, o que acha? Qual a sua cerveja, qual aquela que você levaria para uma ilha deserta, que na sua opinião pode ser bebida a qualquer hora?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Carne de onça revisitada por Parva Volupta e harmonizada pelos Loucos por Ales

Hoje o post é feito em coautoria com nossos parceiros da Parva Volupta. Eles cuidaram do prato e da história e nós, é claro, levamos a cerveja, uma Grand Cru dos nossos amigos da Dum Cervejaria e uma Erdinger Pikantus. Sem mais, segue o texto!

A comida com certeza é uma das culturas mais disseminadas de toda nossa história, ponto primordial para nossa evolução, perpetrando conhecimento adquirido ao longo dos séculos. Mas assim como a matemática, filosofia, biologia e tantas outras artes foram aprimoradas, o alimento também foi. Ele nunca teve fronteiras, tradições arraigadas de povos dos mais remotos lugares viajaram por todo globo e se misturaram a outras sociedades, a outras civilizações.

E isso é algo muito legal de se observar, pois a comida define parte de quem somos, está presente em nossa cultura e nos identifica. Modéstia a parte, já rodei muito pelo Brasil, conheço e ainda vou conhecer muitas coisas fabulosas em nossa terra, mas apesar disso nunca encontrei, em lugar algum, a carne de onça. O mais próximo que cheguei foi o Steak Tartare, que ainda assim tem lá suas diferenças entre um e o outro prato. Por isso considero essa uma iguaria tipicamente paranaense, para não dizer curitibana!


 Mas como já disse, a comida já viajou muito, se modifica, se adapta a paladares e a outros ingredientes. Ela é versátil em sua essência, sem querer ofender os italianos tradicionalistas. Por isso é fácil observar semelhanças em diversos pratos, que assim como o Steak Tartare, a carne de onça se assemelha muito ao Kibe.



Em minhas investigações descobri que o Mett ou Hackepeter, prato típico alemão, fomentou a origem da carne de onça. Esse prato germânico também é feito à base de carne crua e temperos fortes, mas se usa a carne suína ao invés da bovina. Por questões sanitárias, a carne de onça adaptou-se ao paladar brasileiro, usando a carne bovina e não usando a gema de ovo crua sobre o prato em sua finalização.



Existem muitas lendas urbanas em torno desta iguaria para explicar como surgiu seu nome, dentre elas, há duas bem famosas. A primeira é simples, porém bem plausível, pois como vai alho e cebola crua na receita, o indivíduo que se deleita leva de brinde um bafo de onça, por isso se daria o nome de carne de onça.

A outra já remonta até mesmo à criação deste prato por um bar curitibano, que era administrado por um casal de imigrantes alemães. Do balcão, sempre que alguém pedia a carne, o marido gritava o pedido - Solta uma carne, onça! - E então a referência carinhosa à esposa, acabou tornando-se o nome do prato.

O surgimento do nome possui histórias bem engraçadas, mas dentre elas, há uma história viva, onde o herdeiro da receita reivindica sua criação à autoria de seu pai. João José Werzbitzki, filho do seu Onha (Leonardo Werzbitizki), afirma que seu pai criou a receita e a servia na década de 50 em seu primeiro restaurante, o Embaixador. Seu Onha, obrigado pela criação, o senhor é um gênio!

Mas aí entra uma acirrada discussão que divide paladares e aficionados pela querida onça. Pois conforme conta o seu filho, João José Werzbitzki, a carne de onça legitimamente curitibana não deve ser mexida e revirada com os temperos e muito menos acrescentado alho, além de que deve ser montada sob a broa e em camadas dispostas dos ingredientes. E ai meus amigos, reina uma ferrenha guerra sobre regras e originalidade da receita.

Mas é muito comum ver diversas maneiras de se servir e comer a carne de onça, particularmente existem lugares que são um show à parte em Curitiba, mas isso é um assunto para outro post. Quanto à receita, muitas foram passadas de geração para geração e acredito que não existe um modo certo de se fazer. Como costumo dizer, a comida é democrática e aceita diversas releituras. E nessa onda de releitura, vou repassar a minha com um toque especial.




Carne de Onça com cebola roxa

Ingredientes:

300g de carne moída
1 dose de conhaque
pimenta do reino
mostarda escura
1 dente de alho
azeite de oliva
1 cebola roxa
cebolinha
Pão preto
Sal

Modo de preparo:

Em uma vasilha coloque a carne moída e a dose de conhaque - a ideia do conhaque é para amaciar e esterilizar a carne - Depois, junte a pimenta e o sal a gosto, misture bem e reserve. Corte a cebola em brunoise, amasse o alho e pique a cebolinha, misture tudo com a carne e vá regando com azeite de oliva. Disponha num prato raso e sirva acompanhado de fatias do pão preto e mostarda escura.


Agora passo a bola para o meu amigo Adriano do Loucos por Ales.

Como é de se esperar, e como manda a boa etiqueta, diante do convite do amigo Diocleciano do Parva Volupta, trago para esse jantar a cerveja!

Em se tratando de carne de onça, a primeira coisa que me vem à cabeça são as cervejas de trigo, harmonização que já experimentei e garanto que dá certo.(veja aqui)

No entanto, aqui uma cerveja de trigo tradicional alemã poderia desaparecer diante das experimentações dessa receita em específico, já que ele caprichou na cebola roxa.

Diante dessa nova “concepção” sugeri duas cervejas de trigo mais escuras e em especial uma, com alguns temperinhos característicos da escola belga (witbier).

As escolhidas foram a Dum Grand Cru e a Erdinger Pikantus.

A Grand Cru da cervejaria curitibana Dum é o que eles chamam de double witbier com potentes 8,8% ABV (esquenta mesmo). Na composição, essa belezinha leva trigo, aveia, cascas de laranja fresca e coentro.



Imagine tudo isso acompanhando essa bela carne de onça, cujo sabor delicado fica enriquecido com a laranja e coentro da cerveja. Mas não se engane, a Grand Cru irá se fazer presente mesmo diante da mostarda preta e cebolas roxas.

Agora, se você quer seguir uma linha mais tradicional, ou preferir algo mais leve (não muito mais leve, 7,3% ABV) para um dia quente a sugestão é a Erdinger Pikantus.



Essa é uma Dunkler Weizenbock, com refermentação na garrafa, que promete também não sumir diante dos temperos do prato, com a vantagem de ter uma maior carbonatação que ajuda a limpar o paladar a cada garfada, amenizando o impacto da cebola roxa.

Agora é com vocês, experimentem, dêem novas sugestões, inovem e, acima de tudo, se divirtam e tenham um momento agradável bebendo e comendo qualidade.


Abraços, espero que tenham gostado do post e um especial agradecimento ao Diocleciano, mente maligna por detrás do Parva Volupta.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

7 passos para presentear bem um apreciador de cervejas

Como presentear um admirador de cervejas especiais? Quando se aproximam datas festivas, aniversários, ou até mesmo quando bate aquela vontade de presentear o seu amigo que aprecia cervejas especiais, surgem junto caminhões de dúvidas sobre o que ele pode apreciar e o que pode ser um mico de presente. Vale também para quando for receber seu amigo em casa e não sabe o que comprar para ele beber. 

Fonte: blog.cervejagourmet


Vamos elencar aqui algumas maneiras de não errar no presente ou, pelo menos, acertar em 90% dos casos, mesmo sem conhecer nada deste universo.Tenha em mente que estas dicas só são válidas se você tiver o cuidado de ir até uma loja especializada em cervejas. Este é a única exigência do nosso tutorial. 

De acordo com a sua disposição e sua pressa, leia os itens abaixo listados. A partir do número 1 você já fará uma boa escolha. Se ler até o 3 você terá algum embasamento na escolha. Se ler todos os tópicos, poderá escolher a melhor cerveja de acordo com a personalidade do presenteado. 

1 – Copo – Está com preguiça, não quer saber nada sobre cervejas , ou não quer comprar uma cerveja? Compre um copo para cerveja. Cada tipo de cerveja deverá ser apreciado em um copo específico. Se a pessoa já tiver este copo, ótimo, formará um par. Os copos geralmente são vendidos por unidade e custam a partir de doze reais.

taça do Loucos por Ales (desenho: Julia Possiede)


2 - Apenas uma palavra –  Um excelente presente com apenas uma palavra? Anote aí: “Trapista”. Cervejas trapistas são fabricadas dentro de monastérios ou sob a supervisão de monges trapistas. Predominantemente belgas, são cervejas encorpadas e muito ricas. Tem opções de menos de 20 a mais de 100 reais. Compre uma trapista e não erre no presente, nunca.


fonte: destinoscervejeiros.com


3 - Preço – Um  entusiasta do mundo da cerveja sabe o preço de muitas cervejas e também dos acessórios. Tenha em mente que ao receber o presente, a pessoa saberá o preço que você pagou por ele.O preço também é um indicador de qualidade. A qualidade varia muito nas cervejas que custam até trinta reais. Acima de trinta, sua chance de escolher uma cerveja excelente é muito maior.

Baratinhas de carnaval http://goo.gl/OFK4B9


4 – Novidades – O iniciado no universo cervejeiro é ávido por  novidades. Provavelmente ele já provou a grande maioria das cervejas disponíveis na loja. Portanto, pergunte ao vendedor se há alguma cerveja que é novidade, que foi lançada recentemente.

5 – Teor Alcoólico – Ficou na dúvida entre dois rótulos? Faça o desempate com o teor alcoólico. A de teor mais alto deve ser a mais marcante.  Cervejas com teor alcoólico moderado (de 6 a 9%ABV) costumam ser cervejas marcantes e equilibradas.  

6 – Famílias – Ficou curioso e quer saber o que pedir na hora de comprar uma cerveja? Existem 3 principais famílias, de acordo com o tipo de fermentação: Lager, Ale e Fermentação Espontânea. 
- Lager – O estilo pilsen e as tradicionais brasileiras (Skol, Brahma, Bohemia), que se chamam Standard American Lagers, fazem parte da família Lager. Em sua maioria são cervejas menos alcoólicas e de maior refrescância, menos marcantes.
- Ale – É o estilo mais tradicional e mais variado, possui cervejas claras, escuras, amargas, doces, enfim, a maior variedade de nuances e sabores possíveis.
 - Fermentação espontânea–  Cervejas fermentadas naturalmente, com leveduras selvagens e outros tipos de bactérias, são cervejas de paladar complexo e, muitas vezes, demasiadamente complexo para iniciantes. Dentre elas está o estilo Lambic; talvez o mais rebuscado de todos os estilos, o mais complexo e de mais difícil aceitação.

Fonte: Google


7 – Escolas – Quer embasar sua escolha de acordo com a personalidade do presenteado? Então lá vai!
República Tcheca – A mãe das verdadeiras pilsners, as mais refrescantes e de sabor marcante. Indicadas para pessoas conservadoras. 
Alemanha – Na Alemanha até os ingredientes da cerveja viraram lei. Para pessoas muito metódicas e conservadoras, uma German Pilsner. 
Inglaterra – Terra das ‘Real Ales’, para aqueles que não comem mel, mascam abelhas. Os cabras machos merecem ales inglesas. 
Bélgica – Cervejas mais rebuscadas e complexas, a grande maioria das Trapistas é feita na Bélgica. Presenteie uma pessoa de fino gosto com uma Ale Belga. 
Estados Unidos – A escola mais revolucionária faz cervejas extremas e marcantes. Caem como uma luva para seu amigo mais maluco.
Brasil – Nas brasileiras são encontrados os mais distintos estilos. Portanto, tudo é possível. Seu amigo nacionalista merece tomar uma boa e fresca cerveja. Dizem que a melhor cerveja é a mais fresca e mais amarga possível.
Use este lema quando for adquirir uma cerveja local.

Agora não tem mais desculpa para errar no presente, seja o gosto da pessoa simples ou complexo basta um pouco de criatividade e atenção na escolha dos rótulos!

Abraços
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