terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Sorvete e cerveja, combinação que ainda vai dar o que falar


Sorveja ou Cervete? O importante mesmo é que a combinação de gelato italiano e cervejas gourmet está se tornando um sucesso aqui pelas terras dos pinheirais, Curitiba.

A ideia surgiu num bate papo entre os irmãos Hegon e Herik Correia , proprietários da loja mestre-cervejeiro, franquia da marca pertencente à Daniel Wolff, e a amiga Emilene Stival, proprietária da empresa Gelataio artiginale, que trouxe a técnica de preparo aprendida diretamente na Itália.
Pois bem, não é difícil imaginar, talvez, que numa conversa durante um jantar regado a boa cerveja e tendo um gelato artesanal italiano como sobremesa, eureca! Por que não misturar esses dois universos tão aprazíveis.

Foto: facebook.com/MestreCervejeiro
Não podia ser diferente, tanto as cervejas artesanais ou especiais quanto o verdadeiro gelato seguem um princípio em comum e essencial para garantir o sucesso desses produtos. Trata-se da pureza dos ingredientes empregados na elaboração de ambos. Tanto nas cervejas especiais quanto no gelato evita-se, a qualquer custo, a utilização de produtos industrializados como conservantes e outros aditivos que servem para baratear a produção, mas não sem prejuízo do sabor e qualidade da cerveja e do, pedindo licença para usar o termo leigo, sorvete.

Outro segredo do sucesso é a própria combinação inusitada entre cerveja e sorvete, gerando grande curiosidade, tanto dos apreciadores das beras quanto dos de gelatos, sorvetes, sorbets e et ceteras.

É possível fazer inúmeras combinações de sabores de frutas, chocolates, cremes e as mais variadas cervejas. Só para citar como exemplo, nas duas edições do evento Sorvete e Cerveja que rolou na loja Mestre-cervejeiro, tivemos sabores que levavam cervejas como Affligem, Eisenbahn strong golden ale, com abacaxi, Guinnes, Mort Subite Kriek, - o primeiro a esgotar na primeira edição! – Baden Baden stout, com chocolate, e, acredite ou não, sorvete de Punk IPA. Esse último tive a oportunidade de provar, parecia que eu estava literalmente comendo a cerveja numa textura extremamente cremosa!
Foto: facebook.com/MestreCervejeiro


Agora, não pensem vocês que utilizar cerveja no preparo de alimentos é novidade, há muito os chefs utilizam sem parcimônia o precioso líquido nas mais diversas receitas, desde carnes a massas até frutos do mar e sobremesas. Nação exemplo da mistura culinária e cervejas é a Bélgica, que desde muito tem aperfeiçoado as técnicas nesse segmento, mas isso é tema para um outro post.

Abraço aos amantes das cervejas e dos gelatos!

sábado, 26 de janeiro de 2013

O retorno


Depois de um longo período sabático tomamos vergonha na cara e retomamos os trabalhoS no loucos por ales, trazendo em primeira mão, ou não, a tão esperada e noticiada nas mídias sociais, Saison de Caipira, uma parceria entre as excelentes cervejarias Wäls, de Belo Horizonte, e Brooklyn (EUA) do mundialmente reconhecido Garrett Olivier.
Em torno dessa cerveja se criou tanta expectativa que em diversos fornecedores sua venda esgotou antes mesmo da chegada do precioso líquido às prateleiras.
Justamente essa “euforia” criada sobre a Saison de Caipira pode causar uma certa frustração aos fãs incondicionais da cervejaria Wäls, como esse que vos fala, e conhecedores da qualidade irretocável das cervejas Brooklyn.
Foto: Daniel Dagaláxia
Não pense, todavia, que a cerveja não merece aplausos, pelo contrário, como todas as brejas produzidas pela cervejaria belo-horizontina essa também é exemplo de qualidade, desde o cuidado de seu vasilhame rolhado, com rótulo muito elegante portando gravura do artista Gustavo Penna, até, é claro, a cerveja.
Como eu disse, trata-se de duas cervejarias tão reconhecidas que é difícil conter o entusiasmo ao se deparar com um produto tão esperado.
Bom, fato é que a frustração advém tão somente do subjetivismo dos degustadores, que esperavam entornar um místico néctar diretamente do Santo Graal.
Sem mais delongas, vamos à roça capinar e colher todo um pomar de frutas e desbastar meio hectare de cana-de-açúcar, ingrediente que fornece toda uma peculiaridade ao produto.
A cerveja possui espuma cremosa e cor de água de rio lamacento (sem qualquer tom pejorativo), inclusive, podem-se ver detritos de levedura no fundo do copo.
Ao tomar o primeiro gole leva-se um susto, provavelmente do ataque da cana-de-açúcar no fundo da boca. Só após outros goles é que você reconhece o dulçor um tanto azedo da rapadura. Estranho, não? Mas é essa a minha impressão. Trata-se daquele doce que causa uma sensação estranha na parte lateral no fundo da boca, perto do dente do siso, característico do azedo. Lembrem, não são incomuns sabores antagônicos em um mesmo alimento, bom exemplo é a paçoca de amendoim, que possui aquele doce salgadinho inconfundível.
Para não fugir à regra do estilo, é uma cerveja refrescante.
Quer saber? Melhor mesmo é você beber e tirar suas próprias conclusões.

GLOSSÁRIO
Saison ou season beer: Acredita-se que essas cervejas sazonais surgiram em Hainaut, na Bélgica Francófana, produzida nas fazendas (farmhouse breweries) durante a temporada de verão para matar a sede dos agricultores. Esse estilo quase desapareceu, tendo ressurgido nas últimas décadas em Flandres e, após, nos EUA, e mais recentemente nas terras tupiniquins.
Atribuí-se a riqueza e o caráter vívido dessas beras às leveduras, alimentadas ou não pela adição de açucares. 

Referências
Guia Ilustrado Zahar, 2. ed., p.45.
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