É,
meus queridos! É tempo de carnaval, globeleza, sambas enredo irritantes que
ficam martelando até os limites da razão, propagandas de conscientização acerca
da bebedeira segura e o sexo em exagero...quer dizer, bebida com moderação e
sexo seguro.
É
tempo também de juntar a ograda,
lotar o carro mil e encarar horas de estrada pra chegar à praia e, é claro,
tempo de beber muita cerveja barata estupidamente gelada.
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foto: Biancolini |
Isso
mesmo! Convenhamos, ninguém vive só de cervejas especiais, e eventos como
churrasco entre amigos e o carnaval são prova disso. Ninguém tira uma Pilsener
Urquell do isopor na beira da praia e degusta essa maravilha tcheca em uma taça
adequada ao estilo pilsen (até que não seria uma experiência das piores).
Não,
Não, carnaval é tempo de tomar quantidades maciças das queridas standard american lagers, aquelas
conhecidas como pilsen aqui em terrae
brasilis.
E pensando no bem estar de vossas senhorias,
foliões cervejeiros, é que fizemos uma jornada emocionante, intrigante, às vezes dolorosa, é
verdade, mas enriquecedora, e que ajudará na escolha da cerveja ideal para
pular a tão esperada festa pagã.
Vale alertar que as cervejas testadas se
restringiram àquelas distribuídas em lata ou long neck devido à facilidade do
transporte e da acomodação em isopores, coolers e similares.
Vamos
então Às Baratinhas!
Comecemos
com uma das marcas nacionais mais tradicionais, a
Antarctica: Teor alcoólico 4,9%; comprada em lata
350 ml; valor: R$ 1,49.
Impressões:
Aroma de malte, ataque no paladar, mais malte, bem carbonatada. Retorno (quero
dizer, aquele arrotinho gostoso que volta logo após o primeiro gole), sente-se
um toque de alumínio.
Podiam
caprichar mais no lúpulo e menos nos carboidratos e cereais não-malteados –
isso com certeza.
Ingredientes:
água, malte, cereais não-malteados, carboidratos, lúpulo, antioxidantes e estabilizantes.
Antarctica sub zero: Teor alcoólico 4,6%; comprada em lata
350 ml; valor: R$ 1,29.
Impressões:
Infelizmente, a dica é a mesma para várias das cervejas “degustadas” (com
ênfase nas aspas!), beba bem gelada! Do contrário o arrependimento é certo como
a morte, tarde mais não falha, nesse caso não tarda muito não.
Meio
azeda, amarra a boca (adstringência). Pouca espuma.
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foto: Biancolini |
A
cervejaria se gaba de fornecer um produto duplamente filtrado abaixo de zero.
Tal “super-filtragem” serve justamente para compensar a baixa qualidade da
cerveja, mantendo por mais tempo inalteradas suas propriedades organolépticas.
Caso contrário, a ação de qualquer levedura ou a existência de resíduos na
cerveja a tornariam intragáveis.
A
dupla filtragem garante a transparência da cerveja e sua falta de aroma e
sabor, sendo que após algumas latas você passa a duvidar se realmente está
tomando uma bera.
Devassa bem loura: Teor alcoólico 4,7%; comprada em lata
350 ml; valor: R$ 1,50.
Impressões:
Na minha opinião, trata-se de uma cerveja para o público feminino, doce e com
bastante gás. Chega a ser enjoativa.
Ingredientes:
Água, malte, cereais não malteados, lúpulo, antioxidantes, estabilizantes.
Nova Schin: Teor alcoólico 4,7%; comprada em lata
350 ml; valor: R$ 1,25.
Impressões:
Pra bom entendedor meio gole basta! Essa é de doer. Amarrou a boca, doce demais!
Cheiro da lata.
Ingredientes:
Água, malte, cereais não malteados, lúpulo, estabilizantes e antioxidantes.
Sol: Teor alcoólico 4,6%; comprada na
garrafinha caçulinha de 250 ml;
valor: R$ 1,28.
Impressões:
Cerveja de péssima qualidade. Foi difícil de terminar os 250 ml. No copo, a
cerveja perde espuma e aroma rapidamente. Aguadinha, quase transparente,
deixando um azedinho na língua e começo da garganta. Cerveja para mandar os
convidados embora, servir pra sogra ou outro desafeto. Nem pense em tomar em
outra temperatura que não estupidamente gelada.
Essa
foi dura, e ainda há mais por vir!
Ingredientes:
Água, malte, lúpulo (passou de avião), cereais não maltados, carboidratos
transformados, estabilizante e antioxidantes.
Bavaria Premium (puro
malte): Teor
alcoólico 4,8%; comprada na long neck de 355 ml; valor: R$ 1,99.
Impressões:
Cor dourada e espuma consistente.
Forte
aroma de malte, bem carbonatada, gerando leve ardida na ponta da língua.
Sensação agradável na garganta. Pouco mais de lúpulo daria maior equilíbrio.
Uma
boa cerveja. Boa pedida para mulheres, não sendo tão enjoativa quanto uma Bud
ou Devassa bem loira. Não deixa retrogosto desagradável.
Todavia,
acho que não é uma cerveja fácil de se tomar o dia inteiro.
Ingredientes:
Água, malte, lúpulo, estabilizante e antioxidante. Repare que é uma cerveja
puro malte, por isso não contém adjuntos como cereais não maltados ou
carboidratos. Fato que torna essa cerveja uma boa escolha.
Skol: Teor alcoólico 4,7%; comprada na
long neck de 250 ml; valor: R$ 1,35.
Impressões:
Espuma se dissipou logo. Cerveja refrescante, para ser tomada rapidamente.
Possui proporção de lúpulo menor que a Sol, por exemplo, mas é menos enjoativa.
Ingredientes:
Água, malte, cereais não malteados, carboidratos, lúpulo, antioxidante e
estabilizante.
Bohemia: Teor alcoólico 5%; comprada em long
neck de 355 ml; valor: R$ 2,19.
Impressões:
Formação de espuma com bolhas grandes, o que significa má formação, logo
dissipou. Como a maioria das experimentadas, causa leve ardência na língua. À
primeira vista mostrou-se equilibrada, preponderando sabor do malte, com a
temperatura um pouco mais alta, percebe-se que é uma cerveja bastante
adocicada.
Segundo
o rótulo é a 1º cerveja do Brasil, o que é tecnicamente falso, já que existiram
diversas cervejas antecessoras fabricadas no território nacional, mas que
sumiram, muitas sem deixar qualquer registro.
Outra
informação intrigante do rótulo é a de que a cerveja permanece seguindo a
receita original do mestre-cervejeiro. Será que essa receita realmente levava
cereais não malteados, carboidratos, estabilizantes e antioxidantes?
De
qualquer forma, é uma cerveja tradicional e que é do gosto do povo, cuja
cervejaria foi criada em 1853 por Henrique Kremer, fundada na cidade de
Petrópolis/RJ.
Summer Draft: Teor alcoólico 4,7%; comprada em
long neck de 355 ml; valor: R$ 2,31.
Impressões:
Espuma honesta, cerveja quase transparente mas bastante aromática na primeira
impressão. Com mais tempo, pensei ter sentido um cheiro de canto ou mofo.
Cerveja bastante refrescante. Cerveja que cumpre ao que se destina.
Ingredientes:
Água, malte, lúpulo, cereais não malteados e antioxidantes.
Budweiser: Teor alcoólico 5%; comprada em long
neck de 355 ml; valor: R$ 2,19.
Impressões:
Essa cervejinha, nos últimos tempos, caiu no gosto do povo. Aquela coisa, nada
contra, mas a peãozada gosta de novidade dos gringo, em que pese a Bud vendida
nos mercados ser produzida por essas bandas de cá mesmo.
Bom,
vamos lá. Cerveja extremamente clara, com espuma de pouca duração, como a
maioria das testadas. Leve cheiro de chapinha de metal, tradicional ardência na
ponta da língua em razão da carbonatação.
Detalhe
interessante fica por conta da adição de arroz no malte, o que não me parece
que deveria ser sinal de orgulho como a marca ostenta, e o tal processo Beechwood, que segundo consta é uma
espécie de madeira colocada nos tanques de fermentação.
Pra
mim, particularmente, a Budweiser como cerveja é um excelente trabalho de
marketing.
Itaipava: Teor alcoólico 4,6%; comprada na
lata seladinha de 350 ml; valor: R$ 1,32.
Impressões:
Boa aparência, espuma, nada novo. Primeiro gole tem um “q” de fermentação de
vinho espumante (não sei aonde eu estava com a cabeça quando achei isso?). Uma
boa cerveja para um dia de praia.
Ingredientes:
Água, malte de cevada, cereais não malteados, carboidratos, lúpulo,
antioxidante e estabilizante.
Glacial: Teor alcoólico 4,4%; comprada na
lata seladinha de 350 ml; valor: R$ 1,14.
Impressões:
Essa é difícil de entender. Bem gelada é levíssima e desce legal. Amarra um
pouco a boca. Com um pouco mais de cuidado, percebe-se que ela é bem insossa,
mas dá pra tomar de boa.
Ingredientes:
Água, malte, cereais não malteados, lúpulo, estabilizante e antioxidante.
Bavária clássica: Teor alcoólico 4,6%; comprada em
lata de 350 ml; valor: R$ 1,35.
Impressões:
Espuma surpreendentemente cremosa. No primeiro gole deu uma bela amarrada na
boca, mas a impressão foi boa, a cerveja tem um amarguinho honesto.
Ingredientes:
Água, malte, lúpulo, cereais não malteados, carboidratos transformados,
antioxidantes e estabilizantes.
Kaiser gold: Teor alcoólico 5,4%; comprada em
long neck 355 ml; valor: R$ 2,38.
Impressões:
É uma cerveja extra, com teor alcoólico um pouco mais elevado, com coloração um
pouco mais escura do que as demais concorrentes. É uma boa cerveja, apresenta
um amargor agradável, podendo-se sentir, discretamente, notas do lúpulo, o que
é raro nas cervejas populares e mesmo nas premium como a Gold e Brahma extra.
Brahma chopp: Teor alcoólico 4,8%; comprada na
lata de 350 ml; valor: R$ 1,69.
Impressões:
Essa cerveja é uma boa opção pra quem quer uma cerveja um pouco mais encorpada
e quer gastar o mesmo que gastaria com uma Skol ou Antarctica. No copo é uma
cerveja dourada e apresentou, o que me pareceu, cheiro de ovo.
Ingredientes:
Água, Malte, Cereais não maltados, Carboidratos, Lúpulo, Antioxidante e Estabilizante.
Heineken: Teor alcoólico 5%; comprada na lata
de 350 ml; valor: R$ 2,19.
Impressões:
A Heineken é uma cerveja premium, de ótimo custo benefício, já que na média do
seu valor é a única cerveja pura, ou seja, contém malte exclusivamente de
cevada sem adição de qualquer estabilizante ou antioxidante. Isso significa
dizer que você pode beber muitas que não irá dar dor de cabeça. Isso eu digo
por experiência própria.
É
claro que essa cerveja não é do gosto de todos, muitos amigos, na verdade a
desprezam.
Fato
é que a Heineken é uma cerveja de sabor e aroma únicos. Isso se deve
principalmente pela levedura desenvolvida exclusivamente para sua produção, o
que oferece a individualidade dessa bera.
Essa
cerveja é a minha primeira escolha, quando não se trata de cervejas especiais.
No Brasil, depois da Heineken, até onde vão meus conhecimentos, a cerveja pura
mais barata são as Eisenbahn, que seguem a lei de pureza da Baviera, e custam a
partir de 5 ou 6 reais. Portanto, a Heineken tem um excelente custo-benefício.
Então,
vamos lá!
Como
vocês puderam perceber, minha escolha para o carnaval seria a Heineken em razão
de sua qualidade e preço acessível, sem falar na garantia de não ter que sofrer
com uma baita dor de cabeça na manhã seguinte ao carnaval.
Mas,
muita gente não vai concordar com essa escolha, ou por não suportar a Heineken,
ou por achar o preço um pouco elevado para a ocasião.
Caso
você não se importe tanto com o preço, e apenas não é fã da Heineken, uma boa
opção é a Kaiser Gold, cerveja bastante saborosa, com um bom amargor para
enfrentar o calor. Na mesma linha de cervejas extras, outra opção é a Brahma
extra, todavia ela não é tão encorpada.
Se
você está mais preocupado com o preço, mas quer um pouco de qualidade, a opção
é a Bavaria premium, cerveja bastante honesta ou, ainda, a Itaipava, que é bem
refrescante e com a vantagem das latas possuírem o selo de proteção, bastante
útil na beira da praia.
Agora,
se você quer beber o máximo por menos e ficar louco, a pedida é a Bavária
Clássica, apesar de ser um pouco mais cara que a Glacial, seu teor alcoólico é
mais elevado e o amarguinho permite você tomar maiores quantidades sem o efeito
empapuçante.
Isso
aí pessoal, eu sei que esse post teve uma proposta audaciosa e muitas marcas
ficaram de fora, mas nosso trabalho foi árduo. A ideia é de que a cultura
cervejeira não sobrevive só de cervejas especiais, principalmente num país como
o nosso, em que as cervejas de grande escala fazem parte do nosso dia-a-dia e
da nossa cultura.
Um
abraço a todos e, por favor, apesar da ogrisse desse post, bebam com
responsabilidade nesse carnaval, se forem exagerar, o que é quase certo, deixem
o carro em casa e vão pular bastante pra curar a bebedeira!
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os preços foram retirados do site
mercadorama.com entre os dias 6 e 8 de fevereiro.