quinta-feira, 19 de abril de 2012

My name is Bond, and I drink beer!!


É, meus camaradas, é isso mesmo, o espião mais famoso de todos os tempos vem da terra da Rainha e lá eles adoram uma boa cerveja.
O único problema é que no caso a cerveja será uma típica holandesa!
Pois é, segundo o site Valor Online, o galã Daniel Craig, sob o manto do personagem 007, irá deixar de lado o Martini, para ceder aos encantos da mais nova Bond Girl, a loira da vez, a nossa querida Heineken.
Já era hora!
Afinal de contas, a Heineken já vem patrocinando os filmes da franquia James Bond há pelo menos 15 anos.
Ao que tudo indica, o nosso espião degustará o precioso líquido no filme com estréia marcada para 2012, 007 – Operação Skyfall.
A curiosidade, hoje, fica por conta da relação das duas marcas com a Guerra Fria.
Ahãm...?
É o seguinte, os filmes de espionagem tiveram seu auge durante o período da Guerra Fria e a “paranóia macartista”, em que o inimigo vermelho de além mar estava à espreita, aguardando o momento para corromper a democracia da “América” (Estados Unidos).
O interessante é que essa paranóia pairava de tal forma que nem o símbolo da Heineken, a estrela vermelha, se safou ilesa.
Em razão do evento da Guerra Fria a estrela vermelha foi substituída por uma estrela branca com uma linha vermelha no contorno durante esse período.
Resta agora saber se a estrela vermelha da Heineken não irá representar uma ameaça comunista ao espião 007!

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Referências:
KEMP, Philip. Tudo sobre cinema. [Tradução de Fabiano Morais...et al.], Rio de Janeiro: Sextante, 2011, p. 286.
MORADO, Ronaldo. Larousse da cerveja. São Paulo: Larousse do Brasil, 2009, p. 268.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Curiosidade: lúpulo e maconha são parentes


É de sabedoria quase universal que o lúpulo é o principal responsável pelo amargor das cervejas. Além disso, a depender de sua variedade, o lúpulo pode fornecer ao néctar aromas que vão do herbal ao floral, do frutado ao condimentado.
Já vimos anteriormente que o lúpulo passou a ter grande importância no processo de evolução da cerveja em razão de sua propriedade conservante.
Trata-se de uma trepadeira cujo nome científico é Humulus lupulus, – agora a coisa começa a ficar interessante – pertencente à família Cannabaceae, à qual também pertence a Cannabis sativa, mais conhecida como maconha, também alcunhada de marijuana, ganja (na Jamaica), “erva-do-capeta”, e outros nomes carinhosos que provavelmente são dados à plantinha.


Portanto, resumindo a história, o lúpulo é parente da maconha – por favor, só não vão me tentar fumar lúpulo – sendo-lhe atribuído, além do amargor e aroma, o efeito relaxante causado com a ingestão de cerveja. Pois é, não é só em razão do álcool que a cerveja causa aquela sensação agradável.

Sem mais por hoje, abraço aos “beer junkies” de plantão!

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REFERÊNCIAS:
MORADO, Ronaldo. Larousse da cerveja. São Paulo: Larousse do Brasil, 2009, p. 116.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sexta-feira Santa


Nesta data os cristãos rememoram a morte e paixão de Jesus Cristo. Esse é o único dia em que na Igreja Católica não se celebra a Eucaristia.
Muitos cristãos têm como costume nessa data se penitenciar abdicando de comer carne.

Então bebamos o pão!

Muitos não devem saber, mas a Igreja Católica tem grande importância na história e na evolução da 
cerveja.




É meu desejo morrer em uma cervejaria. Que
Coloquem cerveja em minha boca quando eu estiver expirando, 
para que o coro de anjos entoe: “Deus,
seja condescendente com esse bebedor”. 
(São Columbano)




Até a idade média a produção de cerveja era eminentemente caseira, ficava a cargo das mulheres e fazia parte da dieta das famílias, em especial no desjejum.
As primeiras iniciativas de produção em larga escala se empreenderam nos mosteiros, a partir do século VI.
Na época, os monges eram das poucas pessoas letradas, logo, os mosteiros detinham o “poder do conhecimento”. Esse fator foi essencial no desenvolvimento da cerveja em termos de qualidade.
Esses religiosos foram os primeiros a se dedicar à pesquisa e desenvolvimento da bebida, empregando novas técnicas de produção e conservação.
Entre as importantes contribuições, está o aprimoramento na utilização do lúpulo, apesar de sua utilização ser comum em cervejas desde o século IX.
Além da característica de amargor e refrescância acrescentada à bebida em razão do lúpulo, esse se tornou um ingrediente importantíssimo por sua propriedade de conservar a cerveja por mais tempo.
Até hoje as cervejas possuem relação íntima com entidades cristãs. Em especial na Europa, ainda remanescem diversos mosteiros e abadias que produzem cervejas que têm como característica a alta qualidade final do produto. Isso por conta do rigoroso processo de produção supervisionado ou, mesmo conduzido pelos próprios monges, os quais primam pela qualidade dos ingredientes, da água ao lúpulo, do malte ao fermento.

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Referências:
MORADO, Ronaldo. Larousse da cerveja. São Paulo: Larousse do Brasil, 2009, p. 30.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Cerveja e espaguete


Westmalle – Tripel 9,5% APV


Cerveja belga trapista produzida na Abadia de Westmalle, antes chamada “Onze-Lieve-Vrouw van het Heilig Hart” (Já pensou se ainda tivesse esse nome, e a cerveja fosse assim batizada!? – Me vê uma Onze...é...Hart?). Essa abadia foi fundada em 1794.
Os monges passaram a vender as cervejas por eles produzidas em 1856 nos portões da abadia.
Poucas cervejas podem ostentar a marca de autêntica trapista. Isso porque, para ser assim considerada necessário atender a 3 requisitos básicos, porém, bastante restritos:
1) a cerveja deve ser produzida nos limites dos muros da abadia trapista, pelos próprios monges ou sob sua supervisão;
2) a cervejaria deve ser controlada pelo monastério e possuir objetivos compatíveis com os planos monásticos;
3) a cervejaria não possui fins lucrativos, sendo que os valores obtidos são destinados a manter o monastério e os monges e o resto é revertido em obras de caridade.
Essas informações e outras interessantes podem ser obtidas no sítio da Westmalle 

Sem mais delongas, vamos ao néctar!
Aroma frutado, espuma densa, leve ardida na língua no primeiro contato. Assim que passa essa primeira impressão você percebe que é cerveja pra macho! Amarga, menos frutada do que outras trapistas, parecendo uma agressão ao paladar.
Com mais alguns goles você passa apreciar mais e mais essa cervejinha temperamental. Deve ser por conta do amortecimento, já que se trata de 9,5% APV!
Segundo ZaK Avery, no Livro 500 cervejas da editora Marco Zero, essa cerveja vai muito bem com aspargos grelhados: “o amargor da Westmalle acentua o sabor com toques chamuscados e o pungente caráter herbáceo do aspargo. Como disse, um prazer para ‘gente grande’, que requer um tempo dedicado só para apreciar”. Tirando o requinte na descrição, realmente parece uma experiência agradável até para os mais exigentes paladares.
Agora, peço licença para fugir um pouco do tema, mas não esqueçam que nós avisamos que isso poderia acontecer na introdução ao blog


Falamos que a Westmalle é cerveja pra macho! Correndo o risco de parecer afeminado, em quesito de macheza, a primeira personalidade que me vem à cabeça é a do Sr. Clint Eastwood, em especial nos filmes de faroeste espaguete, gênero que inicialmente o consagrou nas grandes telas.

Com o fim da década de 50, o faroeste Hollywoodiano teve grande declínio, momento em que o gênero migrou para Europa, tendo como primeiro filme de faroeste espaguete “Armas Selvagens”, 1961, de Michael Carreras (KEMP, Philip in Tudo sobre cinema, 2011).
Contudo, o maior representante do gênero é o diretor Sergio Leone, com seu primeiro filme da Trilogia dos dólares, “Por um punhado de dólares”, justamente filme estrelado por Clintão.
Esses filmes, nitidamente, rompem com o estilo dos faroestes estadunidenses, já que seus personagens, bem como seus enredos, fogem da temática tradicional, onde bem e mal são figuras antagônicas e a moral e ética sempre são personificadas nos galãs, mesmo em situações críticas, como de tiroteios, a bravura e lealdade não abandonam esses estereótipos.
Os personagens dos faroestes espaguete, ao contrário, são impregnados de paradoxos morais. Mesmo os personagens de Clint, em geral, de “mocinho”, demonstram traços de uma personalidade egoística, gananciosa, havendo em alguns momentos isolados demonstrações de solidariedade e respeito a terceiros.
Essa quebra com as origens Hollywoodianas fica bem evidente em entrevista de Clint ao programa “Inside the Actors Studio. Clint conta que em determinado set de filmagens o diretor manda o astro, até então dos filmes western, John Wayne, para que atirasse no “vilão” pelas costas, coisa que Wayne de pronto se recusou. Então o diretor trucou: - Clint Eastwood atiraria! John Wayne respondeu algo do tipo: - Olha, eu não sei o que esse garoto anda fazendo por aí, mas eu não atiro pelas costas.
Era a imagem do bom moço arraigada nos westerns produzidos na terrinha do Tio Sam.
Outro filme de Sergio Leone, essencial aos fãs de bang bang, e que na minha opinião é com certeza um dos melhores filmes do gênero em todos os tempos, é o “Era uma vez no Oeste” de 1968, estrelando outro cara muito macho, Charles Bronson, ao lado de Henry Fonda fazendo papel de um vilão mau feito pica-pau. Vale à pena conferir!
Cabe especial ênfase às trilhas sonoras dos filmes de Leone, feitas especialmente para as películas por um dos maiores compositores contemporâneos, o italiano Enio Morricone.
As músicas de Morricone representam a alma dos faroestes, suas introduções são tão marcantes que foram utilizadas em tempos mais recentes em shows como do Ramones, Metallica e Muse.
Ah! Os filmes de Sergio Leone também influenciaram uma nova geração de diretores, tal como Quentin Tarantino, que também usa músicas de Morricone em seus filmes (Kill Bill).
É isso aí, chega de abobrinha, espero que alguém tenha gostado...e para quem não conhece a obra do diretor Sergio Leone e do maestro Ennio Morricone torço para ter, pelo menos, despertado uma ponta de curiosidade ao leitor.
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