quinta-feira, 2 de abril de 2015

A qualidade das cervejarias

Em texto anterior, defendemos que há muitos falsos experts ou notórios “conhecedores” do ramo que estão tropeçando em suas avaliações, falando muita besteira por aí, num verdadeiro desserviço à cultura cervejeira (veja aqui).

Pois é, mas hoje vamos falar das cervejarias. Vocês não acharam que íamos cutucar só um lado da cadeia né?

Fonte: First Drafts


Em texto do First Drafts, também tratando da realidade dos Estados Unidos, levanta-se uma questão acerca do problema de qualidade encontrada em diversas pequenas cervejarias.

Trata-se da opinião de integrante do Brewes Association. Segundo ele, muitas cervejarias precisam ser melhoradas, mas creem o contrário. Diversas empresas que pipocam a todo momento, sem experiência, e que não investem suficientemente em pesquisas e testes de qualidade, estão no mercado produzindo produtos inferiores.

Tal fato é preocupante, diversas cervejarias abrindo, aproveitando-se dos bons ventos do setor, começam a enxurrar o mercado com produtos de baixa qualidade, o que pode refletir, em sentido contrário, no desestímulo dos consumidores, em especial daqueles que estão começando agora a testar novas cervejas. Isso fica claro se pensarmos num incauto que pretende experimentar uma cerveja artesanal pela primeira vez e toma uma de péssima qualidade, fazendo-o achar que a sua boa e velha Skol é muito melhor.

Fonte: Homini Lupulo

Segundo a opinião do cervejeiro de Oregon John Harrys (Ecliptic Brewing) os novos cervejeiros devem gastar tanto dinheiro em controles de qualidade quanto com o equipamento de produção em si.

E é necessário autocrítica dos cervejeiros. Tem-se que admitir que não se trata apenas de preconceito contra os mais novos ou uma pretensa reserva de mercado, há novas cervejarias produzindo boas e péssimas cervejas, inegavelmente.

No Brasil temos alguns exemplos do primeiro caso, ultimamente o caso mais notório é o da Tupiniquim, e diversas no segundo caso.

Nesses termos, devemos dar o braço a torcer para as macrocervejarias, as quais dominam os processos de gestão da qualidade e logística, o que não se vê na maior parte do tempo nas microcervejarias.

Essas possuem sérios problemas logísticos, embalagens, falta de regularidade dos produtos, tanto quanto a questões de qualidade da bebida, como da periodicidade e oferta ao mercado. Ao que parece, com raras exceções, não é possível dizer que existem cervejas não sazonais, já que os estabelecimentos não conseguem ao menos montar uma carta de cervejas fixa.

Muitos já se depararam com essa realidade. Ao tomar uma boa artesanal no estabelecimento, depois de algumas semanas, volta para apreciar novamente a cerveja, mas essa não mais existe. Isso jamais aconteceria com uma Heineken, Brahma, Skol, etc.

Para terminar esse post, deixo vocês com uma frase para reflexão do texto anteriormente referido: “Basta uma cerveja ruim para tirar as pessoas das cervejas artesanais”.

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