"Hip Hops", ilustração do artista Peter Sève para a revista The New Yorker. |
A revista coloca que a ilustração captura a seriedade com que cada cerveja é tratada nos dias de hoje em diversos restaurantes do Brooklyn e pelas pessoas que os frequentam. Devemos concordar que atualmente o cenário das cervejas mudou bastante, elas vem ganhando cada vez mais espaço e valor dentro dos bares, restaurantes e até mesmo dentro da "cabeça" do consumidor. Mas até em que ponto realmente esse "valor" está sendo bem absorvido pelos entusiastas?
Os cuidados atualmente utilizados na produção, escolha, e serviço das cervejas era antes dispensado somente a bebidas como vinhos (bons vinhos). Mas o universo cervejeiro, na sua origem e revolução, sempre foi marcadamente democrático e cosmopolita, reunindo diversas "tribos", desde de punks e roqueiros tatuados, até verdadeiros geeks das cervejas ou mesmo aqueles que não se enquadram em nenhum dos tradicionais rótulos sociológicos conhecidos.
Com o aumento desse preciosismo em torno da cerveja, a dúvida é até quando o universo cervejeiro continuará sendo tão democrático, acessível a todos os gostos?
Estaríamos mesmo nos tornando beer snobs, nos encaminhando a uma polarização dos consumidores, divididos entre conhecedores e leigos? Vamos nos fechar em pequenos grupos ou confrarias em que só se admitem aqueles com um mínimo de conhecimento colocado à prova?
Reconhecemos que o aumento da especialização e do refinamento das cervejas é um caminho natural e que valoriza o produto no mercado, como um todo. Todavia, até que ponto isso intimida novos bebedores e curiosos? Qual o ponto de equilíbrio?
As dúvidas são muitas, as perguntas estão na mesa. E agora, quem poderá nos salvar?
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